Nunca na história da humanidade as mudanças ocorreram tão aceleradas como nos últimos anos.
O mundo passou por grandes desenvolvimentos e transformações, exclusivamente em razão da tecnologia. Frente a essa imposição socio-ideomercadológica, os seres humanos foram impelidos a adequarem suas vidas.
Indubitavelmente, os indígenas brasileiros vêm incorporando essas mudanças sem, no entanto, abrir mão de sua cultura, religião e modo de pensar.
Felizmente [e a tempo], as lideranças indígenas vêm se politizando, com efeito, convencendo o Estado brasileiro da necessidade de serem tratados, sobretudo, com dignidade.
Diversos povos indígenas, cansados de esperar, aprenderam que na terra está a solução para os problemas de suas comunidades.
As Terras Indígenas do noroeste mato-grossense, que se penetram em Rondônia, são exemplos de povos que encontraram na agricultura uma fonte de renda para amenizar os dispêndios com transporte, alimentação, medicamento e educação dos integrantes da aldeia.
Os suruis, da Terra Indígena Sete de Setembro, localizada em Mato Grosso e Rondônia, falantes da língua Mondé, vêm se destacando na cultura de café de qualidade, digno de exportação.

A excelência do cultivo se destaca pelo não uso de agrotóxico, voltado para uma produção orgânica, proporcionando grãos com concentração de cafeína de altíssimo teor. Tal característica atrai empresários voltados para consumidores seletistas. Resultado do trabalho é o aumento anual de produção de sacas, criação de empregos e geração de renda, envolvendo mais de 100 famílias Paiter, como se autodenominam.
Já, na Terra Indígena Roosevelt, que também se estende entre MT e RO, onde vivem os Cinta Largas, e também na TI Zoró, cujo povo tem o mesmo nome, manter a floresta vertical vem beneficiando suas comunidades na coleta da castanha do pará (oficialmente chamada castanha-do-brasil), que ocorre a partir do mês de outubro, quando começa o período de chuva na região. Em sistema extrativista, a fruta rica em ômega 6, é coletada tão somente quando caída.

O tamanho do sucesso tem feito esses povos buscarem capacitação para aumentar a produção de forma sustentável, e dessa forma também, vêm conquistando o preceito do valor moral, merecedores de respeito e consideração por parte do Estado e de toda sociedade.
A matéria sobre as atividades desses povos não se finda por aqui; merece um estudo mais aprofundado, carecendo de uma pesquisa, in loco, para o leitor desfrutar da transformação ocorrida, após decisão de mudança de atitude, tomada por esses indígenas. O site Primeira Fonte engajar-se-á nessa tarefa.
Excelente matéria!
Direta, objetiva e sem viés partidário.
Excelente matéria ,precisamos olhar os índios como agricultores ,não como selvagens.