Rondonópolis sediou, nesta quinta-feira (05), a primeira jornada sobre implantação e regulamentação de turismo em Terra Indígena. O evento ocorreu no hotel Tuti Bororo e contou com a presença de 70 pessoas, dentre secretários municipais, servidores da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), empresários, antropólogos, religiosos e lideranças das terras indígenas Tereza Cristina e Tadarimana.
A região é povoada pela etnia Boé, conhecida como Bororo, povo que contribuiu de maneira significativa para a formação de diversas cidades do estado. Atualmente, a Tereza Cristina tem quatro aldeias, enquanto a Tadarimana é formada por sete.
A FUNAI apresentou sua Instrução Normativa Nr 03/2015, que estabelece normas e diretrizes relativas às atividades de visitação para fins turísticos em terras indígenas do território nacional. O destaque orbitou na criação de um plano de visitação – instrumento necessário que deve conter a forma pela qual irão se desenvolver as visitas, detalhando, portanto, as responsabilidades e atribuições, tanto da comunidade, quanto dos visitantes.

Ressalta-se porém, que o plano de visitação deve ser desenvolvido exclusivamente pelos indígenas interessados, baseado no princípio do mínimo de impacto ambiental e da rotina natural daquele povo.
Prefeituras e empresários poderão participar das atividades, através de parcerias diretamente com a aldeia interessada, tendo a FUNAI como órgão fiscalizador, por tratar de terra indígena.
Entusiasmados pelo tema, todos consideraram esse novo ramo do turismo como promoção e geração de renda, que além de beneficiar os indígenas, proporciona um crescimento econômico à cidade. Durante a jornada, indagações foram feitas, bem como propostas para parcerias foram lançadas. Após a explanação técnica, os indígenas tiveram oportunidades de expressar o entendimento de cada comunidade acerca do tema, apresentando os benefícios e dificuldades para uma implantação efetiva.
O encontro resultou em proposta de apoio ao desenvolvimento e implantação da atividade turística, de todos os setores presentes. Próximas etapas serão cumpridas, como visitação às aldeias para fins de aferição de diagnóstico de potencialidade, considerando a particularidade de cada comunidade, de forma que o discurso de hoje se transforme em realidade, o quanto mais breve.