Dois bebês indígenas, que moravam em reservas de Mato Grosso, já morreram de Covid-19. O primeiro, um Xavante de 8 meses da Terra Indígena Marãiwatsédé, morreu dia 11 de maio e no sábado (14) morreu o segundo, um recém-nascido de 45 dias do Parque Nacional do Xingu, chamado Salu Kalapalo. Ambos se internaram no Hospital Regional de Água Boa, que é referência regional.
Salu não estava bem e com a mãe, médico e um enfermeiro foi transferido, de avião, para o Pronto-Socorro de Cuiabá. Na UTI, equipe tentou salvá-lo, mas o recém-nascido não resistiu.
Há informações de que o avô e pai dele, da aldeia Sapezal, testaram positivo.
Estes dois óbitos estão entre os 103 no país, que constam no último boletim epidemiológico, divulgado ontem (16), sobre a escalada da pandemia entre indígenas.
De acordo com este boletim, óbito de indígenas no Estado são somente das duas crianças. Tem mais uma internada no Pronto-Socorro de Cuiabá na UTI. Constam, no boletim, 26 casos de Covid-19 confirmados, sendo a maioria deles de xavantes (19). Além de mais 5 suspeitos. No Xingu, são 3 casos, o de Salu e seus parentes. Constam ainda 4 contaminados da etnia Kaiapó. No Brasil, 3.079 já adoeceram. Há ainda mais 473 suspeitos.
Historicamente, indígenas foram atingidos por muitas epidemias de gripe e em alguns focos dizimados pela ação de vírus. “Não queremos outro genocídio indígena”, disse, preocupado, o xavante Crisanto Rudzö Tseremey’wá, da etnia Xavante, em entrevista ao site Amazônia Real. Ele é presidente da Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), que defende os direitos das 43 etnias do Estado.
Fonte: Rd News