Prefeito disse que fechamento da Capital é uma “violência contra a cidade”
O prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) disse que Cuiabá caminhará para um colapso econômico, caso passe a vigorar a partir desta quinta-feira (25), a “quarentena coletiva” determinada na Capital e em Várzea Grande pela Justiça.
Em entrevista à Rádio Mega FM, na manhã desta quarta-feira (24), Emanuel voltou a criticar a decisão do juiz José Leite Lindote, da Vara Especializada da Saúde Pública – que determinou a medida.
“Respeito a decisão do juiz, o pedido do promotor Alexandre Guedes, mas uma ‘canetada’, por melhor que seja a intenção do MPE e do juiz, pode causar um estrago muito maior, prejudicando as duas maiores cidades do Estado”, disse o prefeito, que é contra o lockdown.
Emanuel classificou o possível fechamento das atividades na Capital como uma “violência contra a cidade” e uma penalização desnecessária que, caso ocorra, se dará em razão da falta de estrutura na rede de saúde no interior.
Ele reiterou, ainda, que irá recorrer da decisão do magistrado, caso o lockdown não seja ampliado para todas as cidades do Estado.
“Cuiabá fez o dever de casa, planejou, promoveu o isolamento no momento oportuno, preparou a rede de saúde para enfrentar esse momento mais grave. Depois disso tudo, não podemos permitir que pague o pato por quem não se preparou. A falta de estrutura na rede de saúde do interior é gritante, a falta de leitos é gritante. A população do interior vem para Cuiabá e superlota o sistema”, disse.
“Aí, decreta o lockdown, tranca os cuiabanos em casa e mantém o interior aberto, continuando a superlotar os leitos. Isso é uma violência contra Cuiabá. O resultado vai ser uma quebradeira generalizada, desemprego, a população não terá renda. Não posso permitir. Isso é um aviso antecipado do colapso econômico social. Se é para fazer, que se faça ao Estado inteiro”, emendou.
Ainda durante a entrevista, Emanuel expôs dados sobre a incidência do novo vírus em Mato Grosso e que, em sua avaliação, demonstraria a necessidade de uma paralisação – caso ocorra – em todo o Estado.
Segundo ele, no início da pandemia, Cuiabá representava 63% do total de casos da Covid. Na última terça-feira (23), fechou em 26%, o que mostra a interiorização do vírus com uma velocidade muito grande.
“Sem embasamento sanitário”
O prefeito afirmou, também, que a decisão proferida pela Justiça não levou em conta aspectos sanitários e epidemiológicos que vêm sendo analisados pelo comitê gestor da Capital, responsável pelo acompanhamento da doença.
“Implorei que não tomasse uma decisão sem conhecer argumentos técnicos, sanitários e epidemiológicos. Falei que estamos dia e noite, há 4 meses, adotando decisões que são debatidas com caráter técnico. Não é caráter jurídico que vai valer na hora de tomar uma decisão dessa”, disse.
“Uma medida dessa pode representar o colapso econômico de Cuiabá. E epidemiológico também, porque tranca Cuiabá e o interior vem para cá. É preciso que respeitem a Capital, respeitem a nossa gente. É um colapso pré-anunciado, preciso evitar isso e vou até as últimas consequências, com todo respeito, para não quebrar nossa cidade. Do contrário, vamos viver o caos”, completou.
Fonte: Mídia News