Ex-secretária acusa empresa de fraude e revela pressões; empresa nega

o depor na CPI dos Medicamentos Vencidos na Câmara de Cuiabá, nesta segunda (2), a ex-secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Lúcia de Araújo disse ter sofrido pressões de empresas de medicamentos que eram fornecedoras à Prefeitura de Cuiabá no período de 2017 e 2018.

Ela contou que as empresas estariam tentando forçar a compra de medicamentos que não eram demandados e não correspondiam à necessidade dos pacientes. Assim, os estoques ficavam cheios com remédios com pouca saída e prejudicava o controle. Entre as empresas que forneciam, à época, estava a Norge Pharm, que encerrou o contrato para entrega de remédios quando assumiu a gestão do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC). Em nota, a empresa nega as acusações.

“Existe uma confusão, a Norge Pharma foi contratada, pelo que vi, foi para fazer gestão do estoque. Saiu toda a equipe que estava lá e entrou a terceirizada. Eu não concordei com o sistema. Quando entrei na secretaria, neguei dar andamento ao edital para terceirizar a gestão de medicamento”, contou.

Segundo Elizeth, ao negar dar continuidades nas práticas, ela teve problemas com o proprietário da Norge Pharm, o empresário Dirceu Luiz Pedroso Júnior. A ex-secretária afirma ter exigido notas fiscais e alegou que a prática usada se tratava de fraude.

“Eles pegavam um registro de preço de um medicamento X, faturavam como se fosse ele e depois pediam para entregar outro como por exemplo, gaze, ou qualquer outro que estivesse faltando ali. Na hora eu barrei, porque era muito grave e poderia se tornar uma fraude e não teria como fazer o controle de estoque”, afirmou.

Ao ser pressionada pelo proprietário para liberar os pagamentos, Elizeth negou e disse à CPI que o empresário passou a intensificar as pressões. “Depois disso houve muita pressão para que se pagasse logo esses medicamentos. Tive um desgaste muito grande com ele, várias vezes eu encontrei ele na prefeitura buscando que fosse acelerado o processo de pagamento e eu disse para ele que na hora que o processo estivesse pronto ele iria receber”.

Leia nota da empresa Norge Pharma

  • Diante das declarações de Elizeth Lúcia de Araújo, nesta segunda (02),  na CPI dos Medicamentos, a Norge Pharma esclarece que as informações prestadas pela ex-secretária não condizem com a verdade , uma vez que:
  • 1- A empresa, enquanto fornecedora de medicamentos, sempre participou dos processos licitatórios de forma legal e nunca respondeu nenhum processo por isso.
  • 2- Em eventuais situações, por solicitação da Secretaria de Saúde, a empresa afirma que atendeu emergencialmente pedidos de medicamentos feitos pelo órgão, por risco de comprometer tratamentos de pacientes. Esse processo é legal e praticado por todos fornecedores e gestores que já passaram pela Secretaria, inclusive pela Elizeth Araújo.
  • 3- A necessidade da Secretaria fazer permutas com fornecedores demonstra, mais uma vez, a incapacidade de alguns gestores em comprar  e mensurar o que é necessário e na quantidade devida.
  • 4- Vale ressaltar que se esta prática fosse cercada de irregularidades, a ex-secretária teria praticado crimes de prevaricação, por não ter denunciado à época.
  • 5-A empresa informa ainda que todos os contatos feitos com os gestores da Saúde se limitaram, exclusivamente, a assuntos pertinentes ao fornecimento de medicamentos e cobrança de pagamentos atrasados.
  • 6- Por fim, a Norge Pharma entende que as declarações da ex-secretária apenas serviram para desviar o foco dos principais problemas da saúde e investigação da CPI que é a compra de medicamentos sem verificação da necessidade, controle de estoque e prazos de validade, por parte dos gestores municipais, incluindo Elizeth Araújo

Fonte: RD NEWS

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