Pedido foi feito pelo delegado Flávio Stringuetta que, 11 dias após decisão, informou que não havia interesse na diligência
A Operação Querubim, que investigou uma suposta ameaça contra o então governador Pedro Taques (PSDB), solicitou, e conseguiu a autorização judicial para a instalação de câmeras escondidas e a infiltração de espiões na Casa Civil. O pedido foi autorizado pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, porém, 11 dias depois foi dispensado pelo autor da solicitação, o delegado Flávio Stringueta.
Com início em março de 2015, a Operação Querubim apurou ameaças supostamente articuladas por João Arcanjo Ribeiro contra Pedro Taques. Nessa ação, foram interceptados os telefones de Tatiana Sangali, ex-amante de Paulo Taques, e Carolina Mariano, nomes que constam em grampos da Operação Forti, da Polícia Civil também em 2015, e em operações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que são investigadas no esquema conhecido como “Grampolândia Pantaneira”.
Além dos grampos telefônicos, o delegado responsável pelo caso também solicitou em 16 de abril o monitoramento através de câmeras escondidas e a infiltração de agentes na Casa Civil, onde Caroline era secretária.
O argumento utilizado, tanto para os grampos quanto para as câmeras, foi de que Caroline era amiga Tatiana e estaria passando informações privilegiadas sobre o governo. Também apontou que a ex-amante de Paulo Taques mantinha um relacionamento com Arcanjo, o que justifica aprofundar as investigações sobre o risco à vida do governador.
Consta no pedido, assinado pelo delegado, que “ocorreu-me, Excelência, que a pessoa ‘plantada’ dentro da Casa Civil articulada por Tatiana Sangali, a srta. Caroline Mariano, pode ser monitorada mais de perto, tanto através de câmeras de segurança, quanto por agentes infiltrados”.
E que com esse monitoramento, seria possível “verificar se ela tem acesso a documentos” e que os espiões “poderão acompanhar seus passos bem de perto, onde as câmeras não alcançam”. Stringueta enfatiza que, “pode ser excesso de cautela, mas, quando se pensa que estamos lidando com alguém como o comendador João Arcanjo Ribeiro (…) nada deve ser tido como excessivo”.
A solicitação foi deferida pela juíza Sema Arruda em 17 de abril, com prazo de 15 dias para o monitoramento por câmeras e de 90 dias para os agentes infiltrados. No entanto, em ofício de 28 de abril de 2015 o delegado dispensa as medidas, afirmando “não haver mais necessidade de serem implantadas, visto que a suspeita, Caroline Mariano, deixou, por hora, de ser alvo de nossas investigações”.
Chefiada por Stringueta e Alana Cardoso, a Operação Querubim investigou ameaças contra Pedro Taques, que foram recebidas pelo delegado em uma ligação anônima. Depois das escutas telefônicas, a ação foi arquivada em 03 de junho de 2015, após não terem sido encontradas evidências de atentados ao então governador.
VEJA SOLICITAÇÃO DE FLÁVIO STRINGUETTA PARA CÂMERAS NA CASA CIVIL:



VEJA DEFERIMENTO DE SELMA ARRUDA:

STRINGUETTA DISPENSA CÂMERAS NA CASA CIVIL

Fonte: FOLHAMAX